segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Poema

Fiz esse poema a partir de uma história de uma amiga.

Tudo bem em errar

Taís Turaça Arantes


Você me ligou e disse coisas que ainda te chateavam
O tempo pareceu voar enquanto você lembrava as coisas erradas
que ambos fizemos
Mas o passado está no passado dormindo como todas as coisas que amamos
Os caminhos são em lados opostos em nossas estradas

Você sempre parece triste como uma manhã de segunda
Eu realmente não sei como apagar isso de seu coração

Você disse que se sente sozinho e se arrepende,
mas que há problema de voltar e corrigir as coisas
Eu segurei o celular e te disse:
“Às vezes nos erramos e isso é um direito nosso
Às vezes queremos seguir sem olhar para trás
Tudo bem em consertar as coisas”

domingo, 8 de maio de 2016

A drosera e a perpétua



A drosera e a perpétua
Taís Turaça Arantes

Oh, o amor
Essa flor drosera que sempre devora a vida
Oh, o arrependimento
Essa flor perpétua que não seca mesmo depois de morta

Os dias viajam pelo calendário
E já estamos em maio
Alguém, por favor, pare esses dias submersos de tristeza
Alguém, por favor, dá-me uma máscara para esconder essa fraqueza

Eu ando por essas ruas lotadas de pessoas
Histórias se esbarram todos os dias dentro do metrô
Mas eu nunca estive tão sozinha
No final alguém sempre tem que perder
E que nunca seja você!

A vida corre rápido nessa cidade de um sol ávido
A culpa guia os meus passos nesse chão recém-criado

Oh, o amor
Essa flor drosera que não se contenta apenas com afeição
Oh, o arrependimento
Essa flor perpétua que não aceita os dias que se vão

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Dor

Taís Turaça Arantes

Essa dor cresce dentro de mim...
E quando eu me deito ao seu lado eu não posso fugir
As palavras dançam na minha frente e eu nunca sei o que te dizer
Uma penumbra de sentimentos ficam engasgados na minha garganta
Eu estou caindo... caindo... e eu não sei o que fazer
Meu peito sangra,
Mas você não pode ver...
Eu estou tão sozinha

Quando a noite chega eu simplesmente não queria existir
Entre as verdades que um dia acreditei
O mundo está em chamas e não há mais lugar para mim
Nem ao seu lado e nem mais ao lado de mais ninguém

E não há um alguém para que eu possa colocar a minha culpa
Para quem eu possa acusar de toda essa vergonha
E esse vazio cresce dentro de mim...

O mundo está envolto em uma sombra e não há um lugar para mim
Não há um lugar para que eu possa sorrir.

sábado, 14 de junho de 2014

300 metros de distância

O tempo anda muito curto e mal consigo postar coisas aqui! Bem, mas hoje eu fiquei sabendo de uma coisa que realmente me deixou confusa!!! Estou tentando entender o fim de um relacionamento de um casal que eu conheço... E hoje, por uma liminar, ambos tem de ficar longe 300 metros de distância. Aí, como sempre, tentei escrever o poema como se fosse a voz feminina desse relacionamento. O resultado pode ser conferido abaixo:

300 metros de distância

Quando meu amor acabou eu virei as costas para você
É o que você costuma dizer por aí
Fui embora sem pensar nas consequências... Nunca houve motivo para sofrer
E agora eu quero ver as cinzas daquilo que um dia eu lutei
Eu deixei tudo para trás e não me preocupei
Querido, acho que no fundo eu nunca te amei

300 metros de distância é o que quero para voar
300 metros de distância de um ódio que eu mesmo cultivei
300 metros de distância de uma arrogância que é só minha
Não adianta tentar falar... eu me fechei e não posso ter uma conversa amigável

Você criou uma visão sobre mim e agora acha que mudei
Mas, querido, eu sempre fui uma mulher sem coração
E eu não vou pedir perdão

Eu só quero queimar tudo por aquilo que você um dia lutou
Ver tudo ao pó... Porque no fundo eu preciso disso para me sentir bem
E quando eu me olho no espelho eu vejo o quão vazia eu sou

300 metros de distância é o que quero para ser quem sempre fui
300 metros de distância de um ódio que eu mesmo cultivei
300 metros de distância de uma arrogância que é só minha

Taís Turaça Arantes

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Histórias mal contadas

Histórias mal contadas
Tais Turaça Arantes


Ela anda pelas ruínas do seu coração
e se pergunta onde todos estão...
Grita tão alto, mas ninguém escuta
a garota da última rua

Ela se sente sozinha em uma noite de chuva
mas ela custa a acreditar que não é sua culpa
porque quando é madrugada ela lê mais uma bula

O caminho que ela segue não tem volta
e toda vez que ela acorda
Ela sabe que está mentindo para ela mesmo
Mas até a lua mente com seu brilho

Porque essa cidade é um túmulo de histórias mal contadas
e ela está tão fora desse estereótipo que criaram para ela
suas mãos não dançam livremente... elas são escravas
de uma vida errada

E ele não acorda livre de suas dúvidas
porque tudo tem fugido de seus planos
e ele sente como se estivesse vivendo em meio de insanos
Nada faz sentido quando não se acredita em mais nada

Talvez se essa cidade fosse diferente... Mas é tudo tão repetitivo
Ele caminha pelos medos de seu coração
Porque quando ela acorda não sente mais razão
naquilo que faz... Para ele tudo está perdido

Uma demissão era o que ele precisava para ficar sem entender
a conexão das coisas... talvez a lógica não exista...
algo de errado tinha que acontecer
para completar uma vida de mista
de dor e prazer

E quem liga para o menino da primeira rua?
E quem liga para corações despedaçados?

Mas ouçam os ventos da cidade sopraram diferente na quarta
um ônibus quebrado... e mais um atrasado... um comércio incendiado
entre um suco não adoçado e salgado mal assado
O menino vê a garota da última rua...


Quando os corpos se abraçam pequenas ruínas são reconstruídas
e alguns medos vão embora...

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Minhas tardes com Margaritte


Hoje eu assisti um filme francês que me conquistou por completo. Tudo bem que é um filme francês e já tem uma grande credibilidade comigo... mas esse realmente me conquistou. O filme é de uma sutileza que não há como explicar por meio de meras palavras. Logo que vi as primeiras atitudes de Germain me apaixonei pelo personagem. Um homem tão simples e tão amável que com certeza é uma daquelas pessoas que gostaríamos de ter sempre próximo de nós. Um homem de coração grande, que mesmo com suas dificuldades tentava ajudar o próximo da maneira que podia. Habilidoso com as plantas e com o artesanato. Dava nome as pombas da praça. Tudo isso o tornava mais peculiar ainda. E um dia quando vai à praça conhece Margaritte, uma adorável senhora que amava ler e se perdia nesse vasto mundo das palavras. Assim como venta nas manhãs de primaveras uma grande amizade. Não uma simples amizade daquelas que encontramos de vez em quando e que às vezes temos medo de contar sobre nós... Sabe, o que quero dizer é que nessa vida tentamos durante a maioria do tempo não contar sobre nós mesmo, pois temos medo do que os outros vão achar. Com Germain e Margaritte as coisas são diferentes, os dois vão contando de forma natural sobre eles. Os dois trocam conhecimentos. Não posso contar cenas do filme, porque senão perderá o encanto. Mas eu aprendi muito com o filme... Acho que quando encontramos alguém que nós faça bem não devemos deixar essa pessoa ir embora... e se ela insistir nós devemos ir atrás dela! Essa vida é curta e eu acho que devemos passar ela com pessoas que realmente amamos do jeito que elas são.
Se Germain me conquistou por sua pureza, Margaritte me conquistou pelo seu espírito livre. E os dois tem aquilo que admiro em algumas pessoas. Sabe, eu gosto de pessoas que não ligam em contar uma piada simples, que sabem conversar (isso mesmo, que conversam sobre tudo), que arriscam, que não tem medo de tentar coisas difíceis, que dão risada das coisas mais simples, que sabem escutar, que são autenticas... Enfim, acho que essas pessoas são tão únicas, mas tão únicas que não é todo dia que as encontramos... Bem, já estou me perdendo nessa postagem... Enfim, o filme é ótimo e traz uma grande reflexão sobre os valores da vida.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

O estranho de olhos castanhos

Poema fresquinho! Haha!Enquanto a maioria das pessoas possuem uma "queda" por olhos claros eu me apaixono por olhos castanhos... E como faz tempo que não escrevo um poema e é uma noite quente... resolvi escrever esse poema ;)


O estranho de olhos castanhos
Taís Turaça Arantes

A noite avança sobre minha terra com seus ventos quentes
O céu é limpo e revela as estrelas do verão
Da minha janela eu observo a constelação
do sul... E eu me pergunto se algum estranho
deve estar fazendo o mesmo que eu
E eu lembro de seus olhos castanhos...
Os seus olhos castanhos levam-me para um lugar de calmaria
como eu poderia prever que tal fato aconteceria

Ohh!
Em minha terra quando a tarde dorme
as moças não podem sair à noite
Mas, por olhos castanhos eu arriscaria

Aqui da janela só está eu e socó
tão sozinhos quanto as noites de verão abandonadas
Porque em minha terra as moças não saem desacompanhadas
Porque em minha terra as moças não saem à noite com estranhos
Mas, por olhos castanhos eu desafiaria costumes antigos
Porque pelo estranho de olhos castanhos meus braços estão famintos

Seguir seus olhos castanhos é caminhar em uma via de mão única
Cada passo se torna mais arriscado, porque daqui a pouco vai amanhecer
e eu tenho que estar em minha cama... coisas assim não devem acontecer
Porque

Ohh!
Em minha terra quando a tarde dorme
as moças não podem sair à noite