terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Histórias mal contadas

Histórias mal contadas
Tais Turaça Arantes


Ela anda pelas ruínas do seu coração
e se pergunta onde todos estão...
Grita tão alto, mas ninguém escuta
a garota da última rua

Ela se sente sozinha em uma noite de chuva
mas ela custa a acreditar que não é sua culpa
porque quando é madrugada ela lê mais uma bula

O caminho que ela segue não tem volta
e toda vez que ela acorda
Ela sabe que está mentindo para ela mesmo
Mas até a lua mente com seu brilho

Porque essa cidade é um túmulo de histórias mal contadas
e ela está tão fora desse estereótipo que criaram para ela
suas mãos não dançam livremente... elas são escravas
de uma vida errada

E ele não acorda livre de suas dúvidas
porque tudo tem fugido de seus planos
e ele sente como se estivesse vivendo em meio de insanos
Nada faz sentido quando não se acredita em mais nada

Talvez se essa cidade fosse diferente... Mas é tudo tão repetitivo
Ele caminha pelos medos de seu coração
Porque quando ela acorda não sente mais razão
naquilo que faz... Para ele tudo está perdido

Uma demissão era o que ele precisava para ficar sem entender
a conexão das coisas... talvez a lógica não exista...
algo de errado tinha que acontecer
para completar uma vida de mista
de dor e prazer

E quem liga para o menino da primeira rua?
E quem liga para corações despedaçados?

Mas ouçam os ventos da cidade sopraram diferente na quarta
um ônibus quebrado... e mais um atrasado... um comércio incendiado
entre um suco não adoçado e salgado mal assado
O menino vê a garota da última rua...


Quando os corpos se abraçam pequenas ruínas são reconstruídas
e alguns medos vão embora...

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Minhas tardes com Margaritte


Hoje eu assisti um filme francês que me conquistou por completo. Tudo bem que é um filme francês e já tem uma grande credibilidade comigo... mas esse realmente me conquistou. O filme é de uma sutileza que não há como explicar por meio de meras palavras. Logo que vi as primeiras atitudes de Germain me apaixonei pelo personagem. Um homem tão simples e tão amável que com certeza é uma daquelas pessoas que gostaríamos de ter sempre próximo de nós. Um homem de coração grande, que mesmo com suas dificuldades tentava ajudar o próximo da maneira que podia. Habilidoso com as plantas e com o artesanato. Dava nome as pombas da praça. Tudo isso o tornava mais peculiar ainda. E um dia quando vai à praça conhece Margaritte, uma adorável senhora que amava ler e se perdia nesse vasto mundo das palavras. Assim como venta nas manhãs de primaveras uma grande amizade. Não uma simples amizade daquelas que encontramos de vez em quando e que às vezes temos medo de contar sobre nós... Sabe, o que quero dizer é que nessa vida tentamos durante a maioria do tempo não contar sobre nós mesmo, pois temos medo do que os outros vão achar. Com Germain e Margaritte as coisas são diferentes, os dois vão contando de forma natural sobre eles. Os dois trocam conhecimentos. Não posso contar cenas do filme, porque senão perderá o encanto. Mas eu aprendi muito com o filme... Acho que quando encontramos alguém que nós faça bem não devemos deixar essa pessoa ir embora... e se ela insistir nós devemos ir atrás dela! Essa vida é curta e eu acho que devemos passar ela com pessoas que realmente amamos do jeito que elas são.
Se Germain me conquistou por sua pureza, Margaritte me conquistou pelo seu espírito livre. E os dois tem aquilo que admiro em algumas pessoas. Sabe, eu gosto de pessoas que não ligam em contar uma piada simples, que sabem conversar (isso mesmo, que conversam sobre tudo), que arriscam, que não tem medo de tentar coisas difíceis, que dão risada das coisas mais simples, que sabem escutar, que são autenticas... Enfim, acho que essas pessoas são tão únicas, mas tão únicas que não é todo dia que as encontramos... Bem, já estou me perdendo nessa postagem... Enfim, o filme é ótimo e traz uma grande reflexão sobre os valores da vida.