sábado, 26 de setembro de 2009

Eu ainda posso me lembrar

Agora está tão frio esse mundo
e as promessas tão distantes
e se eu fechar os olhos eu posso lembrar
de quando acreditava em tudo,
eu posso recordar os cálidos horizontes
de como realmente era amar...

O que aconteceu com minha inocência?
Para onde foi toda a pureza?
Perdidas em fúteis coisas sem importância
Para onde foi minha essência?
Refém dessa vileza
tudo se perdeu na ignorância
eu me lembro de quando era uma criança...

Domine, non sum dignus,
ut intres sub tectum meum: sed tantum dic verbo,
et sanabitur anima mea.*


Consigo recordar das manhãs de primavera
do mel, do sol, do que era importante...
Oh, eu só queria acreditar de novo...
Preso na quimera
com respiração ofegante
estou nas asas do corvo

“Como um soldado pronto para matar
essa sombra nas trevas não é meu ser
Como um solitário pronto para pular
do penhasco, esse demônio não é meu ser
eu não estou pronto para morrer”

Deitado debaixo dessa árvore eu vejo esse mundo decair
que com tanto amor eu criei...

Quia per sanctam crucem tuam redemisti mundum **

Eu ainda posso me lembrar...
Um dia eu poderei voltar?


Mãe eu não estou conseguindo respirar e tudo está ficando escuro



Taís Turaça Arantes



*Uma oração católica em latim
Senhor eu não sou digno
Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e a minha alma será salva.

**Porque, pela vossa Santa Cruz, remistes o mundo

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